Como já abordamos em outros textos de posts anteriores as varizes são uma doença muito frequente na população e uma das causas mais procuradas de tratamento nos consultórios vasculares. Apesar de frequentes elas têm muitas causas e diferentes formas de apresentação, exigindo uma avaliação rigorosa e bastante criteriosa de todo o sistema venoso dos membros inferiores e, muitas vezes, também das veias abdominais.
Nem todas as veias são visíveis ou sentidas ao toque pelo médico vascular e, para uma correta compreensão da origem da dilatação dos vasos e programação do tratamento, o médico necessita de um exame que avalie não só as veias superficiais, mas também as veias profundas e a relação que elas apresentam com as outras estruturas do abdome e das pernas. Esse exame é chamado de Ultrassom Doppler Colorido Venoso dos Membros Inferiores (ou Triplex venoso) e pode-se dizer que seja um “3 em 1” pois reúne em um único exame três tipos diferentes de avaliação.
Ultrassom Doppler Colorido
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A base do Triplex venoso é o ultrassom comum. Nele se avalia a parede da veia e sua relação com as estruturas ao redor, vendo tudo em escalas de cinza. Nessa fase do exame é avaliado o calibre das veias, seu trajeto, se sofre compressão de estruturas próximas a elas, se apresenta comunicação com outros vasos, se tem ramificações, se sua parede é mole, compressível, se tem “cicatrizes” no seu interior ou se apresenta conteúdo sólido ao invés de líquido na sua luz.
- A segunda fase do exame é o uso da cor. A cor é uma representação visual do movimento das células sanguíneas no interior do vaso. De acordo com os ajustes feitos no aparelho o fluxo do sangue aparecerá na tela do equipamento como azul ou vermelho. Essa representação permite ao médico saber se o fluxo do sangue está se aproximando ou se afastando do aparelho de ultrassom em contato com a pele do paciente e, dessa forma, sabemos se o sague dentro da veia está seguindo apenas em direção ao coração ou se tem algum tipo de refluxo que sobrecarregue as veias da perna. Normalmente a velocidade do fluxo de sangue nas veias em repouso é baixa e, para aumentar a sensibilidade do exame, normalmente o médico “aperta” a panturrilha do paciente ou pede que o ele tussa ou faça força a fim de dar um impulso no fluxo de sangue e tornar mais visíveis as alterações.
- A última etapa do exame é o uso do Doppler, uma forma de representação gráfica e sonora do fluxo do sangue. Gera um som típico (semelhante a um sopro ou um vento, no caso das veias) e um traçado na tela do aparelho que representa a direção do fluxo do sangue ao longo do tempo, permite avaliação da velocidade do sangue no interior do vaso e pode dar informações sobre outras possíveis alterações associadas, como alguns problemas cardíacos ou comunicações anormais entre artérias e veias do corpo.
Em mãos experientes e com um bom equipamento é possível fazer um mapa bem completo das veias, identificando todos os problemas relacionados com a doença venosa. Além disso, é um método que pode ser usado durante as cirurgias para guiar o médico na correta identificação do vaso a ser tratado. Permite também direcionar as agulhas e cateteres nos procedimentos de espuma e laser, garantindo precisão e segurança nos tratamentos venosos, desde os convencionais até os mais modernos.
Após os tratamentos das varizes o Doppler Venoso também tem o seu papel, confirmando a efetividade do tratamento realizado e permitindo o diagnóstico de alguns eventos adversos que podem ocorrer no pós operatório, como hematomas, flebites, tromboses venosas e recidiva de varizes.
Procure sempre realizar seu exame com profissionais capacitados e com título de especialista em Doppler Vascular.
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Bibliografia: Doenças Vasculares Periféricas, capítulos 19 e 36, Francisco Humberto de Abreu Maffei et. Al, 4a edição – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
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